O aquecimento global contínuo, de que se fala tanto ultimamente, não vai ocorrer.
Durante o século XXI o aquecimento e o esfriamento irão alternar-se aproximadamente uma vez em cada quarenta anos e cada esfriamento posterior será mais forte do que o anterior. Isto é confirmado pela situação dos gelos do Ártico, - revelou à Voz da Rússia o acadêmico Nikolai Dobretsov, presidente do Conselho Científico Unido de Ciências da Terra, doutor em ciências geólgo-mineralógicas.
Hoje em dia, a hipótese sobre o aquecimento contínuo do clima no planeta está em grande parte esgotada, - assevera Nikolai Dobretsov.“Houve a opinião de acordo com a qual a intromissão antropogénica, isto é, a emissão de gases de estufa de todas as centrais térmicas e a indústria em geral teriam acarretado a alteração irreversível do “mecanismo climático” da Terra. Afirma-se que isso teria provocado o aquecimento demasiadamente rápido durante o último século e que o prazo de desenvolvimento deste processo é indefinidamente longo. Todavia nos três últimos anos foram registrados eventos que demonstram o contrario: gelaram os canais de Veneza, o frio destruiu as vinhas na Espanha, em Moscou e numa grande parte do território europeu continua uma primavera fria. Tudo isso vem a comprovar que começou um esfriamento temporário. O mesmo ocorre com os gelos do Ártico. O volume e área mais pequenos dos gelos foram registrados em 2007; em 2008 estes parâmetros foram mais ou menos os mesmos, mas em 2009, 2010, 2011 e em princípios deste ano foi registrado novamente o incremento do volume de gelos”.
Portanto, constata o acadêmico, a teoria de aquecimento contínuo não é confirmada na prática. Durante o próximo século os gelos árticos irão ora crescer, ora diminuir devido à alternância de esfriamentos e aquecimentos. Mas agora ninguém pode prognosticar, quando o Planeta vai enfrentar um novo período glaciário, semelhante àquele que tinha avassalado o território da Europa há 20 mil anos, - prossegue o acadêmico Nikolai Dobretsov.
“O Ártico é a cozinha do tempo. E nós temos que criar lá uma rede de estações a fim de estudar detalhadamente este fenomeno. Somente depois disso é que será possível fazer um prognóstico bem fundamentado”.
O cientista ressalta que para elevar a qualidade dos prognósticos, as estações meteorológicas e científicas do Ártico devem ser munidas do equipamento moderno. A construção da primeira destas instruções, situada na ilha Samoilovski, no estuário do rio Lena, será concluída em agosto deste ano.
As discussões dos cientistas a respeito do aquecimento global da Terra são de longa data, embora as pesquisas geológicas confirmem que os períodos de aquecimento sempre se revezaram na Terra com os períodos de esfriamento geral. As teorias modernas das causas e conseqüências do aquecimento global foram postas em dúvida mais uma vez devido a uma pesquisa americana moderna, que tinha demonstrado que o Planeta já passou por processos de aquecimento e de esfriamento na Idade Média. Uma equipe de cientistas, chefiada pelo geoquímico Zunli Lu, da Universidade de Siracusa, no Estado de Nova Iorque, revelou que naquela época o aquecimento tivera lugar não somente na Europa mas também na Antártida. Portanto, a Terra já passou por aquecimentos globais sem a ajuda do homem e sem a emissão de CO2 .